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SBP EM AÇÃO
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Aparelhos como este foram amplamente utilizados nas décadas de 40 e 50 com vítimas da
poliomielite. O museu é um Centro de Documentação e Biblioteca, situado à rua Cosme Velho
381, no Rio de Janeiro. Quem tiver livros de referência, teses, anais de congressos e outros
documentos relevantes sobre a pediatria brasileira e quiser doá-los, pode entrar em contato pelos
tels. (21) 2245 3110 e 2265 6248 e endereços [email protected] e [email protected].
meses, aos 15 meses e dos quatro aos
seis anos. As crianças devem continuar
participando das campanhas anuais de
vacinação.
O uso dos dois tipos de vacinas é
uma orientação internacional, que
deve continuar enquanto o vírus
estiver em circulação no mundo?
Onde isso ainda ocorre?
Em 2012, apenas quatro países noti-
ficaram casos: Paquistão, Afeganistão,
Nigéria e Chad. Dos três tipos de vírus
selvagens (vírus não vacinais), o tipo 2
não é isolado há mais de 10 anos. Foi
feita a recomendação, pela OMS, de in-
troduzir a vacina inativada, trivalente,
nos programas de imunização. A razão
principal é dar proteção contra o tipo
2, pois há vírus vacinais tipo 2 ainda
circulando, e reforçar a imunidade
contra os dois outros tipos. O que se
prevê para os próximos anos é o uso dos
dois tipos de vacina, oral e injetável.
O que se discutiu na última reu-
nião da OMS da qual o sr. participou?
Participo de um grupo na OMS
chamado Immunization Practices
Advisory Committee (IPAC, Comitê
Consultivo sobre Práticas de Imuni-
zação), como representante de uma
organização internacional chamada
Developing Countries Vaccines Ma-
nufacturers Network (DCVMN, Rede
de Produtores de Vacinas dos Países
em Desenvolvimento). Na reunião do
IPAC, foram discutidas as questões
práticas relacionadas com a implemen-
tação da recomendação de introduzir
a vacina inativada nos programas de
imunização, especialmente nos países
mais pobres da África e Ásia. A vacina
inativada é de custo mais alto e a sua
disponibilidade mais baixa, isto é, não
há produção de vacina inativada em
quantidade suficiente para o seu uso
em todo o mundo, num esquema com-
pleto de vacinação. Então, discutiram-
-se esquemas simplificados de utiliza-
ção da vacina inativada ou o seu uso
em dose menor, por via intradérmica.
O sr. disse também que a OMS
se prepara para a criação de uma
rede mundial voltada à segurança
de vacinas?
Sim, é um projeto com o qual tenho
colaborado. Chama-se Global Safety
Vaccine Initiative (GSVI, Iniciativa
Global de Segurança em Vacinas).
Visa, como o nome indica, estabelecer
uma rede mundial cooperativa que
permita acompanhar a segurança das
vacinas no mundo. O Programa Nacio-
nal de Imunizações (PNI) e a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (AN-
VISA) participarão dessa rede.
Como o sr. vê o futuro nesta área?
Com satisfação. É muito importante
o progresso no controle das doenças
infecciosas através das vacinações,
assim como contribui muito a atitude
cooperativa dos pediatras, integrando
as atividades pública e privada de
forma salutar. A população aceita as
vacinações como um bem público e
procura os serviços. Espero que “pul-
mões de aço”e seus sucedâneos jamais
sejam usados novamente para tratar
vítimas da poliomielite.
Foto GPC Studio