Consenso de cuidado com a pele do Recém nascido
            
            
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              Extravasamento intravenoso no recém-nascido
            
            
              Jandrei Rogério Markus
            
            
              Denomina-se extravasamento vascular (EV) a administração inadvertida e não intencional de
            
            
              medicações intravenosas a partir da veia para o tecido ou por vazamento ou por exposição
            
            
              direta. Esta situação ocorre principalmente quando a canula da punção venosa foi colocada
            
            
              com técnica inadequada ou quando a veia se rompeu durante a infusão
            
            
              (1)
            
            
              .
            
            
              A incidência relatada de EV nos pacientes interna-
            
            
              dos é entre 0.1% a 6.5%, mas acredita-se que esse
            
            
              valor seja maior por falta de registro deste dado em
            
            
              prontuários e mesmo em relatos de enfermagem.
            
            
              Em neonatos estima-se que 70% dos internados
            
            
              em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)
            
            
              apresentem em algum momento um extravasa-
            
            
              mento.
            
            
              Entretanto, as lesões de tecido e necrose são bem
            
            
              menos frequentes e aproximadamente 4% dos
            
            
              recém-nascidos que permanecem em uma UTIN
            
            
              apresentam alguma lesão com alteração estética
            
            
              ou funcional na alta, como na figura 1
            
            
              (1, 2)
            
            
              .
            
            
              O extravasamento inicialmente provoca um aumen-
            
            
              to de volume local, pela infusão do líquido para o tecido, seguido por eritema e, algumas
            
            
              vezes, bolhas e dor. A lesão pode involuir espontaneamente ou pode evoluir para progressiva
            
            
              destruição do tecido afetado pelo líquido. A quantidade de líquido e o tipo de substâncias
            
            
              presentes é que determinam a gravidade do evento. Desta forma, a vigilância durante a
            
            
              infusão é de extrema importância, pois o tratamento do extravasamento constitui em uma
            
            
              emergência
            
            
              (1)
            
            
              .
            
            
              Vários fatores contribuem para a ocorrência do EV, sendo que nos recém-nascidos um dos
            
            
              principais é a dificuldade em se obter um acesso vascular confiável para a infusão de medi-
            
            
              cações, pois apresentam vasos pequenos e frágeis. Também são comuns várias tentativas de
            
            
              punção venosa, já que nestes pacientes os acessos vasculares podem se perder com mais
            
            
              facilidade.
            
            
              
                Figura 1 – Crosta hemática sobre área de necrose
              
            
            
              
                em dorso da mão direita após extravasamento
              
            
            
              
                Fonte: o autor (2014)