Informativo da
Sociedade Brasileira de Pediatria
nº 20
Agosto de 2014
C a r o s Am i g o s
Este ano, com a ajuda de uma família
brasileira bem informada, queremos
chamar a atenção para o fato de
q u e a amame n t a ç ã o t r a z ma i s
saúde para todas as fases da vida,
da infância à maturidade. A edição
apresenta depoimentos dos jovens
Natália, Andersson, Monique, e de Cida,
avó do menino Murilo. Na página 2,
dra. Keiko Teruya divide conosco um
pouco de sua valiosa experiência e faz
um balanço de conquistas e lacunas, a
partir do debate sobre os Objetivos do
Milênio, que devem ser alcançados até
o próximo ano. Na página 3, filiadas
anunciam seus programas para a SMAM
e dra. Silvana Nader responde sobre as
muitas e essenciais diferenças entre o
leite materno e o artificial. Na página
4, o
SBP AmamentAÇÃO
adianta
um pouco sobre o XIII ENAM, marcado
para novembro, em Manaus e sobre o
Simpósio que ocorrerá em Recife. Não
deixe de conferir ainda a entrevista com
Elsa Giugliani, sobre um “novo” jeito de
amamentar, mais natural e descontraído.
Imperdível!
Eduardo da Silva Vaz
Presidente da SBP
Luciano Borges Santiago
Presidente do Departamento Científico
de Aleitamento Materno da SBP
Angélica de Carvalho
Murilo dos Reis Saraiva, aos sete meses, com os pais Natália e Andersson, a tia Monique e a avó Cida.
Filho da estudante
Natália Cristina dos
Reis Carvalho
, 19 anos, carioca de famí-
lia mineira, e do comerciário
Andersson
Saraiva Torres
, 20, cearense,
Murilo
nasceu
em novembro, em maternidade pública do
Rio de Janeiro. Formada no segundo grau,
ex-vendedora, Natália conta que a gravidez
veio “no susto”, mas “para o bem” e que
fará faculdade, quer ser nutricionista e sem-
pre gostou de estudar. Eis seu depoimento:
“Foi um parto normal, tranquilo, todos eram
super atenciosos. Murilo foi colocado no
meu peito ainda na sala de parto, abriu a
boquinha e mamou muito. Parecia que eu
tinha dado da mamar a vida toda, a médi-
ca até falou: ‘Nossa está tão perfeito, não
precisa nem arrumar’. Adoro amamentar, é
na hora da amamentação que a gente está
mais ligada ao neném. Não quero que ele
largue o peito até pelo menos uns dois anos.
É super importante, porque livra a criança
de várias doenças; aprendi quando fiz o pré-
-natal. Licença-maternidade de seis meses é
bem melhor. Com quatro não dá nem para
curtir direito o bebê. Acho essa conscien-
tização sobre amamentação muito bonita.
No mesmo dia do Murilo, nasceram umas
20 ou 30 crianças também de mães que, na
maioria, não tinham mais que 25 anos. Acre-
dito que agora as mais novas vão prestar mais
atenção nessa campanha”.
O compromisso com o futuro também é
marca de Andersson. No Rio há quatro anos,
atualmente gerente de uma lanchonete, é o
mais velho de quatro irmãos. “Sempre ajudei
minha mãe, mas aprendi mais sobre amamen-
tação quando a Natália engravidou e ganhou,
no pré-natal, um cartão e um livrinho com
informações. Ajudo como posso. Chego do
trabalho de madrugada e fico com Murilo,
vamos nos revezando. Quando Natália está
cansada, arrumo as coisas da casa. Minha
mãe, Sílvia, que mora com meu padrasto,
perto de nós, também sempre ajuda a cuidar.
O bom é que Murilo é o primeiro, o xodó da
casa, todo mundo brinca e quer estar com
ele. A maioria dos meus amigos tem filhos. Eu
teria cinco dias de licença-paternidade, mas
estava de férias quando ele nasceu”, conta.
Quem também não se cansa é
Monique
Victória Dias dos Reis
, 15 anos, irmã de
Natália. Cursando o segundo grau, acha
“muito bom” ter um sobrinho e adianta: “fico
paparicando” e também “dando uma força,
acalmo quando ele chora, ponho para dormir,
converso e brinco, ele adora!”.
“Todo mundo se ajuda”, atesta a avó coruja
Cida
,
Maria Aparecida dos Reis
, 41. “Tento
estar presente em todos os momentos. Criei
minhas duas filhas sozinha – hoje em dia
temos que ser pai e mãe –, com minha família
longe e sempre trabalhando, cozinhando sob
encomenda na minha casa e também fora, gos-
to muito. Nunca deixei de educá-las. Procurei
dar amor, limites, carinho, responsabilidade.
Desde quando Natália me falou da gravidez,
fiquei ao lado dela. Quando Murilo nasceu,
disse ‘filhinha você vai conseguir amamentar.
Põe na posição direitinho que não terá pro-
blema’. Depois das meninas, meu neto mudou
minha vida, me deu ainda mais vontade de viver
para protegê-lo também. Sempre fui feliz com
minhas filhas, lutei para criá-las. Parece que ele
era o que faltava”, diz, com emoção.
Afinal, “
Amamentar é... mais saúde para
a vida inteira
!”. Essa a frase da campanha
da
SBP
e de suas filiadas, conforme tema
escolhido pela
Aliança Mundial para Ação
em Aleitamento Materno
(Waba, na sigla
em inglês) para a Semana Mundial da Ama-
mentação em 2014. Cartazes e folhetos serão
distribuídos em todo o País e, no Rio de Janei-
ro, no dia 02, às 10h, no Parque Madureira,
Zona Norte, será realizado um evento em
conjunto com a
Sociedade de Pediatria do
Estado
, a
Soperj
. Haverá apresentação das
crianças do coral e do teatro da
Academia
Brasileira de Pediatria
e “esperamos levar
mais informação à população”, diz a dra. Car-
men Elias, do Departamento Científico (DC)
de Aleitamento Materno da SBP e presidente
do Comitê da Soperj.
Amamentar é...
mais saúde para a vida inteira!
1 2,3,4