n º 20
Agosto de 2014
Teoria e prática
Alunos do curso BLH com a pediatra Rosana Cristina Rebellato,
de Blumenau, 1ª à direita
Aleitamento Materno e cozinha saudável
no XIII ENAM em Manaus
Com objetivo de reforçar a importância da participação de todos os envolvidos na atenção
primária, secundária e terciária à saúde, o XIII Encontro Nacional de Aleitamento Materno
(ENAM) e III Encontro Nacional Alimentação Complementar Saudável (ENACS) ocorrerão de
26 a 28 de novembro, em Manaus (AM), organizados pela
IBFAN
e pela Secretaria Municipal
de Saúde de Manaus, com diversos apoios:
- Pretendemos mostrar, a partir da cultura do Amazonas, como crianças e adultos podem se
alimentar bem, com o que existe em todas as regiões. Fizemos parceria com o Sesi e o projeto
Cozinha Brasil vai oferecer degustação nos intervalos entre os trabalhos. A ideia é que partici-
pantes e visitantes – como os familiares das crianças das creches da cidade – possam saborear
e perceber o alto valor nutritivo do Cupuaçu, da Pupunha, do Tucumã. Com pratinhos cuida-
dosamente preparados, será uma oportunidade de aprendizado sobre a quantidade necessária
dos nutrientes para os pequenos de seis meses a dois anos de idade - diz a enfermeira
Ivone
Amazonas Marques Abolnik
, presidente dos eventos.
Nos dias 24 e 25, serão as oficinas de curta duração. Entre elas, o curso “Amamentação: atu-
alização para o profissional de saúde”, ministrado pelos pediatras Jefferson Pereira Guilherme
– da
Sociedade Amazonense de Pediatria
(Saped) e integrante da Comissão Científica do
ENAM –, Marcus Renato de Carvalho (coordenador do
site
Aleitamento.com) e Maria Beatriz
Nascimento (do Departamento de Aleitamento Materno da SBP/DC AM).
No dia 25, às 15h, mil mães estão sendo convidadas para amamentarem juntas, no anfiteatro
Ponta Negra. Dias 26 e 27, haverá o ENANzinho, quando jovens das escolas do estado e do
município serão os protagonistas e também o ENACSquinho.
Dentre os eventos paralelos, o Departamento de Aleitamento Materno da SBP se reunirá no dia
26, quando também haverá uma mesa-redonda sobre “Aleitamento materno e infecção mater-
na, drogas lícitas e ilícitas, outras situações”. Dra. Maria José Mattar (Sociedade de Pediatria de
São Paulo) falará sobre “HIV e hepatite na amamentação”, dr. Luciano Borges Santiago, presi-
dente do DC AM, abordará “Drogas na Lactação” e dra. Maria Beatriz Nascimento “Hipoglicemia
no recém-nascido e amamentação”. Acesse o
/ e veja o programa completo!
Da esq. para a dir., dras. Elsa Giugliani, Fabíola Suano (de SP, da
equipe do Curso de Aprimoramento em Nutrologia Pediátrica da
SBP/CANP) e Rosa Marques
O IX Simpósio de Aleitamento Materno será
realizado pela 
Sociedade de Pediatria de
Pernambuco
 (Sopepe) no dia 22 de agosto,
no Instituto de Medicina Integral Professor
Fernando Figueira (IMIP). Dentre os palestran-
tes, está confirmada a presença de Fernanda
Monteiro, do Ministério da Saúde, que falará
sobre “Estratégia Amamenta e Alimenta
Brasil - Avanços e desafios na implantação
“ e sobre a “Portaria nº 1.153 da Iniciativa
Hospital Amigo da Criança - inclusão do
Cuidado Amigo da Mulher como critério de
habilitação”.  Também serão apresentadas
experiências exitosas na Atenção Básica do
Recife, informa a dra. Lucia Trajano, presi-
dente do Comitê. 
Além disso, estão entre as boas notícias do
estado o credenciamento, pelo Ministério
da Saúde e pelo Unicef, de mais dois Hos-
pitais Amigos da Criança – a Associação de
Proteção à Maternidade e à Infância (APA-
MI), de Vitória de Santo Antão (
foto
), e o
Hospital Memorial Guararapes, que conta
com UTI Neonatal coordenada pela pediatra
Lindacir Sampaio, do Comitê da Sopepe, e
é importante no atendimento de mulheres
e crianças de Jaboatão dos Guararapes
e da área metropolitana sul de Recife.
Também foi implantada, recentemen-
te, na Companhia Hidro Elétrica do São
Francisco (CHESF), em Recife, mais uma
Sala de Apoio à Mulher Trabalhadora que
Amamenta. 
Sobre a SMAM, a Sopepe realizará uma
campanha para arrecadação de vidros
para os Bancos de Leite Humano em
conjunto com o Conselho Regional de
Medicina e com o Sindicato dos Médicos
de Pernambuco e apoiará as ações dos
Hospitais Amigos da Criança, Bancos
de Leite e Postos de Coleta, Secretarias
estadual e municipal de Saúde.
Congresso e
amamentação no Pará
A
Sociedade Paraense de Pediatria
(Sopa-
pe) reuniu, em maio, em Belém, mais de 400
profissionais da saúde, durante o I Congresso
Paraense de Pediatria e I Congresso de Urgên-
cias e Emergências Pediátricas. Presidido pela
dra. Rosa Marques e com a dra. Rejane Caval-
cante à frente da filiada, o evento discutiu “o crescer e desenvolver da criança que viverá mais
de 100 anos”. As palestras foram ministradas por 42 professores, dentre os quais integrantes
do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP. Dr. Eduardo Vaz participou da abertura.
Nos “temas de amamentação”, dra. Rosa informa que dra. Elsa Giugliani, de Porto Alegre (RS),
ex-presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP e coordenadora da Área da
Criança do Ministério da Saúde de 2007 a 2011, fez palestra “sensacional”, sobre “nova abor-
dagem da posição para amamentar”. O
SBP AmamentAÇÃO
quis saber mais. Leia, a seguir.
Dra. Elsa, o que é exatamente
Laid-back breastfeeding?
Elsa Giugliani: Um “novo” jeito de amamentar, mais natural e descontraído. A expressão
inglesa
laid-back
significa, na língua portuguesa, devagar, relaxado, calmo, sem pressa. Em uma
tradução literal,
laid-back breastfeeding
seria amamentação descontraída, tranquila.
Essa técnica, ou seja, esse jeito de amamentar foi introduzido por uma enfermeira da cidade de
Cunterbury, Inglaterra, chamada Suzanne Colson, na década passada. Trata-se de uma nova abor-
dagem neurocomportamental para o início da amamentação. Ela foi proposta com o objetivo de
reduzir dificuldades do bebê em pegar a mama, sobretudo no início do aleitamento materno e,
consequentemente, reduzir o desmame precoce não desejado e tornar o ato de amamentar mais
prazeroso para mãe e bebê.Esse jeito de amamentar, na realidade, é um conjunto de posições que
facilita a liberação de comportamentos instintivos na mãe e na criança, favorecendo a amamentação.
Na maneira tradicional de amamentar a mãe fica ereta, frequentemente com um travesseiro
no colo, e o bebê é posicionado de maneira que permaneça atravessado no corpo da mãe,
com o seu corpo e pés pouco apoiados no corpo da mãe; muitas vezes suas pernas e pés ficam
soltos no ar. Nessa posição, a mãe coloca pressão nas costas do bebê para apoiá-lo e mantê-lo
junto ao peito. Para alguns bebês, essa pressão é desconfortável. No
laid-back brestfeeding
,
a mãe assume uma posição levemente reclinada, relaxada, com ombros, cabeça e pescoço
bem apoiados; o bebê fica em cima da mãe, em posição longitudinal ou oblíqua, não havendo
necessidade de apoiá-lo, mantendo-se fixado à mãe pela força da gravidade e livre da pressão
das costas. As mãos da mãe podem ficar livres. Nessa posição, os bebês frequentemente pegam
a mama sem ajuda. É importante não confundir
laid-back position
com contato pele-a-pele.
Nessa posição, o bebê e a mãe podem estar vestidos. É claro que o contato pele-apele, quando
possível e desejado, potencia as vantagens do
laid-back breastfeeding
.
Os recém-nascidos nascem com mais de 50 reflexos neonatais primitivos, garantindo-lhes
alguns comportamentos inatos e instintivos, ou seja, eles não precisam ser ensinados. Alguns
desses reflexos favorecem a amamentação, entre eles: rastejamento, acomodação, preensão
palmar e plantar, flexão das mão, dos pés e dos dedos, mãos na boca, abertura (bocejo) da
boca, lambida, sucção e deglutição. Já existem estudos mostrando que na
laid-back position
o bebê usa mais esses reflexos inatos. Por exemplo, essa posição promove a locomoção do
bebê, ao mantê-lo inclinado, com o corpo voltado para a mãe e firmemente aderido ao corpo
dela e suas curvas, sem a pressão comumente exercida nas costas. Ele rasteja, acomoda-se e
frequentemente pega sozinho a mama utilizando os seus reflexos inatos, inclusive os reflexos
antigravidade que auxiliam a pega. Ou seja, o bebê nasce “equipado” para ter um comporta-
mento mais ativo na amamentação, se lhe derem chance.
Outra vantagem descrita desse “novo” jeito de amamentar é maior interação entre mãe e bebê,
sobretudo se houver contato pele-a-pele, e maior foco da mãe no bebê. Na posição tradicional,
principalmente no início da amamentação, o foco da mãe muitas vezes é desviado para a técnica
da amamentação, ou seja, se ela está fazendo tudo “direitinho”. Algumas mães relatam que essa
posição as ajudam a conhecer melhor e mais rápido os seus bebês e lhe dão mais autoconfiança.
Parece que o início do aleitamento materno é mais instintivo do que acreditamos ser, tanto
para as mães como para os bebês. Parece ser muito mais que simplesmente uma posição para
amamentar. Em última análise, amamentar utilizando a
laid-back position
parece dar mais
autonomia ao bebê, dando-lhe chance para utilizar o seu potencial inato.
Informações e vídeos sobre esse jeito de amamentar estão disponíveis em vários
sites
.
O
aborda exclusivamente esse tema.
Pernambuco prepara IX Simpósio
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