Informativo anual da
Sociedade Brasileira de Pediatria
nº 21
Agosto de 2015
C a r o s Am i g o s
Desde o sim de Luiza Brunet, em 1999,
a SBP vem realizando a campanha
da madrinha SMAM, sempre com
apoios de valor inestimável. Este ano,
a dentista Fernanda - que há anos
participa, em diversas comunidades
carentes - e seu marido, o comunicador
Serginho Groisman superam qualquer
possibilidade de expectativa. As
Sociedades de Pediatria dos estados e
do Distrito Federal já estão em campo.
O Ministério da Saúde está na parceria.
Oprognóstico é de umgrandemovimento.
Participe também!
Eduardo da Silva Vaz
Presidente da SBP
Luciano Borges Santiago
Presidente do Departamento Científico
de Aleitamento Materno da SBP
fotos
RogérioAlbuquerque
AMAMENTAÇÃO
E TRABALHO.
PARA DAR CERTO,
O COMPROMISSO
É DE TODOS.
FERNANDAVOGEL
MOLINAGROISMAN
ESEUESPOSO,
SERGINHOGROISMAN,
PAISDOTHOMAS
EPADRINHOSDACAMPANHA
Quando a empresa apoia suas funcionárias a manterem a amamentação após o término da licença-maternidade, todos ganham.O bebê,que
fica mais protegido contra diversas doenças.A mãe que,com o filho sadio, falta menos ao serviço e trabalha mais satisfeita.E o empregador,
que ganha em produtividade e passa a ter uma imagem socialmente responsável.
Quem apoia a amamentação, merece reconhecimento.
#amamentação
Amamente seufilhoporatédoisanosoumais.
E,nosprimeiros seismeses,dê somente leitematerno.
Paramanteraamamentação,é essencial esvaziarasmamasquando
estiver longedobebê.Equando estiver comobebê,procureamamentá-lo.
Procure saber se sua empresapossui saladeapoioàamamentação.
Amamentar evitaalergias eprotegea criança contradoenças.
Amamentar ébomnão sóparaa saúdedobebê,mas tambémparaa
saúdedamulher.Alémde reduziras chancesdodesenvolvimentode
câncerdemama edeovário,aamamentaçãoaindaauxiliaaperdado
pesoganhoduranteagestação.
SE VOCÊ É MÃE
SE VOCÊ É empregador
Para saber mais, acesse:
MIRNARIBEIRO,
MÃEDAMALU,6MESES
TRABALHADORAQUEAMAMENTA
Implemente saladeapoioàamamentaçãono localde trabalho,
ondeamulherpossa retirar earmazenaro leitepara,
depois,oferecê-loao seufilho.
Disponibilizeuma creche oufirme convênio
comuma instituiçãopróximaao trabalho.
Adotea licença-maternidadede6mesesaderindo
aoprogramaEmpresaCidadã.
Filho de Fernanda Vogel Molina Groisman e
Serginho Groisman, Thomas nasceu dia 17
de junho, em São Paulo. Sua mãe, dentista e
madrinha da campanha que a SBP lança, anu-
almente, na Semana Mundial da Amamen-
tação, trabalha apoiando outras mulheres.
Nascido de parto natural, o primeiro filho do
casal mama muito bem.
Fernanda, você disse que “já pregou
muito cartaz desta campanha”. Como
foi isso?
Durante anos fiz um trabalho so-
cial voluntário de promoção do aleitamento
materno chamado MAME, viajando pelo
Brasil. Buscava doações e conseguia roupas,
alimentos, escovas e pastas de dente, livros
e material para divulgação. Levava sempre
comigo “a glândula mamária”; as bonecas
de pano que amamentam para dar para a
criançada e também os cartazes da SMAM,
que colava, distribuía por onde passava, da
Amazônia até os Sertões...no Nordeste...Sul.
A seriedade de uma campanha mundial, com
madrinhas incentivando o aleitamento mater-
no fortalecia tudo, dava confiança e credibilida-
de. Eu não estava sozinha. Voltava para casa e
os cartazes continuavam lá, semente plantada.
Quando começou sua experiência com
amamentação?
Em 2001, durante a espe-
cialização em Reabilitação Neuro Oclusal,
soube que aleitamento materno é prevenção
odontológica. Ao buscar aprofundamento,
conheci a dra. Gabriela Dorothy de Carvalho,
que me ensinou quase tudo o que eu sei
sobre o assunto. Minha atitude clínica no con-
sultório passou a ser outra e viajei pelo Brasil
atendendo clinicamente em comunidades
carentes. Queria que as pessoas entendessem
como amamentar adequadamente, sem usar
chupetas e mamadeiras. Quando conversa-
mos com gestantes, em geral todas dizem
querer amamentar. Graças a campanhas
como a da SBP, hoje quase todas sabem da
importância disso. Amamenta-se muito mais
e melhor atualmente do que há tempos. Mas,
infelizmente, as que conseguem manter isso
pelo tempo recomendado ainda são minoria.
Há um desmame precoce quase que genera-
lizado. Estar ao lado das mães, auxiliá-las, é
extremamente necessário.
Qual a situação das comunidades indíge-
nas com as quais você trabalhou?
Poucas
tribos ainda mantêm intactos seus costumes,
muitas não amamentam mais. A dos Ianomâ-
A conheci em fevereiro de 2006 no programa
Ação, voltado ao terceiro setor e a ONGs.
A partir daí, tenho aprendido muito e come-
cei a tentar orientar as pessoas sobre como
cada vez mais a natureza da amamentação
é importante. Vejo que muitas pessoas se
afastam, trocam por métodos mais rápidos,
mas menos naturais. Entendo hoje que o
leite materno imuniza os bebês, fortalece seu
desenvolvimento e é insubstituível. Também
sei que a dentição e a amamentação são
inseparáveis. O leite materno não vai apenas
ajudar o bebê, vai deixar marcas boas pelo
resto da vida. O relacionamento com a mãe
a partir da amamentação vai ajudá-lo com
as outras pessoas, por exemplo. Ter optado
com a Fernanda por um parto humanizado foi
uma experiência especial. Assim que o Thomas
nasceu, fui o primeiro a pegá-lo, colocá-lo no
peito da Fernanda. Só depois de 45 minutos
de mamada vimos a sua carinha. Não chorou e
não mais se desgrudou. Cortei o cordão umbi-
lical depois que parou de pulsar e fomos direto
para o quarto sem berçário. Ficamos dois dias
no hospital e em casa está sendo incrível vê-lo
crescer, ganhar peso e ter uma relação de
amor tão grande. Ficamos muito felizes com
o convite para que a Fernanda e eu fôssemos
madrinha e padrinho da SMAM. Espero que o
Brasil chegue num momento em que todas as
mães consigam amamentar seus filhos.
A neonatologista Valdenise Calil acompa-
nhou a gravação do filme da campanha,
a convite da Sociedade e do Ministério
da Saúde. Dra., qual o seu comentário?
Fiquei encantada com o deslumbramento
dos pais com o Thomas. Penso que Fernan-
da poderá nos dar dicas preciosas sobre
como conciliar trabalho e a amamentação.
mis, na Amazônia, é uma das que continuam
e o fazem por três anos. As crianças maiores
ta bém recebem leite materno e uma cuia,
enquanto as menores são amamentadas em
livre demanda. O desmame é gradativo, o bebê
fica com a mãe no colo o tempo todo. Quando
passa a se interessar pelo que amãe come ela dá
na mão dele e ele leva à boca. Assim, se prepara
para mastigar. Mastiga e engole. Se não estiver
preparado, o bebê apenas chupa e cospe. Aos
poucos vai sendo introduzido na alimentação
da família. Não há higiene oral, nem cáries.
A arcada dentária é bem trabalhada durante
esse tempo de amamentação. Uma vez que a
alimentação oferecida ao bebê é seca, dura e
fibrosa, o sistema mastigatório funciona ade-
quadamente, prevenindo todos os problemas
orais. O primeiro ano de vida é fundamental
para a qualidade da mastigação, da respiração e
da postura corporal para o resto da vida.
Serginho, como tem sido a questão para
você?
Minha experiência com a amamentação
antes de conhecer a Fernanda era distante.
Para aquelas que possuem vínculo formal,
destaco a existência do Programa Empresa
Cidadã e a importância das salas de apoio à
amamentação. Quanto às demais, algumas
podem deixar a criança no local de trabalho
ou em creche próxima, utilizar Postos de Saúde
ou Bancos de Leite Humano. É essencial forma-
lizar o vínculo empregatício, por exemplo, no
caso das empregadas domésticas.